O vôo até Frankfurt foi cheio de surpresas, começando com os souvenirs, como o kit higiene equipado com mini-pasta de dente e meias. Os assentos possuíam telas para filmes e jogos, que insistiram em não funcionar durante todo o vôo. Por muito tempo, elas mostravam um conjunto de letras e números, que lembravam o sistema DOS dos computadores... sem esquecer do pingüim que vai estar nos pesadelos de alguns.
O meu companheiro de vôo era um ser no mínimo peculiar. Meu lugar era na janela. Quando o rapaz chegou, começou a tirar livros de dentro da mochila e arremessá-los no seu assento. A comunicação não passava de gestos de mímica e algumas risadas. No início da decolagem, o colega se transformou em um volume sob uma coberta verde durante a maior parte da viagem. Mas mais tarde, tudo fez sentido. Ele acordou e ficou observando enquanto eu trabalhava no meu portfólio no notebook. Fui para a fila do banheiro, e fui surpreendida por uma sequência de gestos confusos. Finalmente consegui trocar palavras com ele, em inglês. Ele era um francês, que obviamente não falava português e um mínimo de inglês, que trabalhava com design de comunicação e queria elogiar o meu trabalho. E assim continuou a viagem. Sem conversas, apenas mímicas e sons guturais.
O próximo desafio foi a alfândega alemã. As filas eram longas e a inspeção era rígida. O detector de metais apitou quando passei por ele. Fui revistada e me pediram que tirasse as botas, para em seguida serem passadas pelo detector de metais. E para completar, a alemã tinha o pior humor de todos. Mas tudo podia ser pior, o Douglas teve que levar seu conjunto de fios e mouse para um teste químico, em uma salinha pequena cheia de imigrantes. É... os alemães podem ser bem intimidadores. Mas o pior já tinha passado. Agora só mais poucas horinhas de Frankfurt até Milão e finalmente chegaríamos no nosso destino final.
Depois de aproximadamente 20 horas entre vôos e aeroportos, chegamos em Milão! Um ônibus nos esperava para nos levar ao nosso hotel: o Ripamonte Residence. Um hotel muito grande, com shopping e várias outras facilidades... com exceção da internet, é claro, que é wireless, mas é paga por hora e só pode ser acessada de alguns pontos do hotel.
Menos de uma hora para o banho, e já estávamos na rua de novo. Fomos à Piazza Duomo para procurar um lugar para jantar. A noite estava linda e a iluminação das construções antigas eram fenomenais. O Duomo é a maior catedral em estilo gótico do mundo. Se destaca por suas enormes proporções e ao mesmo tempo sua delicadeza. Mede 157m de comprimento, 33m de largura e 92m de fachada, com mais de 2 mil estátuas, gárgulas e pináculos.
Outro ponto alto foi a Galleria Vittorio Emanuele II, recheada de belas lojas e vitrines. O chão de mosaicos é belíssimo. Dizem os supersticiosos que todos os viajantes devem colocar o calcanhar sobre o buraco no touro de mosaico e girar sobre ele, para um dia retornar a Milão. O telhado de vidro estava enfeitado com luzes nas cores verde, vermelho e azul, criando uma ótima atmosfera para a noite.
Para jantar, nada mais apropriado que Pizza! Fomos a um restaurante a três estações de distância da Piazza Duomo chamado Il Pomodorino (O tomatinho). As pizzas individuais eram excelentes, mas muito grandes.
Retornando ao hotel, encerrou-se nosso primeiro dia (ou noite) em Milão. Mas a viagem começa mesmo apenas após algumas poucas horas de sono, com o nosso primeiro dia de visita ao Salão do Móvel.
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