Muitos me perguntaram como estou nessa última semana. Simplesmente não há resposta simples para essa pergunta. Então, vou tentar descrever um pouco desses meus últimos dias para tentar explicar um pouco melhor como estou.
Hoje é sábado, dia 6 de abril de 2013. Chove em Kobe. Foi meu primeiro dia sem "compromissos". A viagem começou no dia 1º de abril, parece mentira, mas foi a mais pura verdade. Embarquei no aeroporto Salgado Filho após me despedir da família e dos vários amigos que foram me dar um último abraço. Acho que a minha sensação era muito diferente daquela de todos que ficaram. De um lado, abraços e lágrimas. Do outro, ansiedade e um pouco de nervosismo. Para falar a verdade, agora que esta começando a cair a ficha de verdade. Até então, parecia uma viagem de turismo, na qual ficaria duas semanas e retornaria para casa. De uma forma ou de outra, entrei no avião que me levaria até São Paulo, uma viagem de cerca de 2h. Depois entrei em outro avião, cujo destino era o aeroporto de Frankfurt, por um pouco menos de 12h. E finalmente chegou o último trecho da viagem, com mais 12h de duração, alcançando o Aeroporto Internacional de Kansai/Osaka.
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Aeroporto Internacional de Kansai - Osaka |
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Bonecas japonesas na chegada do vôo internacional do aeroporto |
Algo precisa ser dito sobre a organização japonesa. Apesar de um pouco de fila devido a quantidade de estrangeiros entrando no país, o processo da imigração foi realizado com muita eficiência. Ao chegar minha vez, fui encaminhada diretamente para a seção de novos residentes, onde fiz meu cartão de residente e já saí com ele na mão. As malas chegaram inteiras e sem demora. Na saída, já encontrei uma casa de câmbio ao lado do portão de desembarque. No balcão de informações logo em frente, a atendente me informou prontamente onde encontrar o serviço de transfer que contratei pela internet. Chegando no serviço de transfer, eles já tinham em mãos os papéis com meu nome e minhas informações.
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MK Shuttle no Aeroporto Internacional de Kansai/Osaka |
Em menos de 15 minutos eu já estava na van que nos levaria para Kobe. A recepção na cidade foi linda, com o final da temporada das cerejeiras em flor.
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Cerejeiras em flor em Kobe |
Após largar os primeiros passageiros, descemos na frente da Casa Internacional de Estudantes Hyogo. Minha mais nova residência. Lá, mais uma vez, a organização saltou aos olhos. Na secretaria, eles já possuíam em mãos uma pasta com material sobre a casa e sobre a Universidade de Kobe, onde vou estudar japonês, e a chave do meu quarto. Após apresentação e cópia do passaporte e da carteira de residente, fui encaminhada para o quarto.
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Quarto na Casa Internacional de Estudantes de Hyogo |
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O quarto é bem completo, com geladeira, pia e banheiro. Falarei mais sobre ele em outro post. Na chegada, também já fui informada sobre os horários da orientação sobre a casa e da Universidade no dia seguinte. Após a orientação, um dos estudantes japoneses residentes na casa nos levou para conhecer os arredores e comprar o que precisávamos (lençóis, toalhas, cobertores, despertadores, etc). O dia foi longo. Para finalizar, janta de supermercado.
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Gyoza e shumai comprados na loja de conveniência ao lado da casa |
No dia seguinte, outra estudante japonesa nos acompanhou até a universidade. O caminho é fácil, mas não tão simples. É necessário uma estãção de metro e mais alguns minutos caminhando. No caminho há um templo, onde paramos para algumas fotos.
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Templo a caminho da Universidade de Kobe |
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Templo a caminho da Universidade de Kobe |
Na universidade, pela terceira vez, o material já estava em mãos na secretaria, posicionado em uma pasta com plásticos. Após cópias de passaporte, carteira de residência, entrega de foto 3x2,5, assinaturas e fichas, fomos encaminhados a professores para fazerem uma primeira avaliação do nosso nível de língua japonesa e mais algumas orientações sobre a universidade e próximos "compromissos".
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Centro Internacional de Estudantes da Universidade de Kobe |
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Vista do Centro Internacional de Estudantes da Universidade de Kobe |
O próximo passo foi encontrar os alunos do TRUSS, que são um grupo de estudantes japoneses voluntários que ajudam os estrangeiros a resolver algumas coisinhas burocráticas além de auxiliar em outras dificuldades que tenhamos. Muito gentilmente, nos ajudaram a preencher uma série de formulários dos quais eu conseguia ler uma ou duas palavras. Após o almoço nos acompanharam para informar a prefeitura sobre nosso endereço, encaminhar o seguro de saúde, adquirir um passe mensal de metrô/trem e abrir nossas contas no banco. Admito que fazer tudo isso sozinha teria sido imensamente difícil.
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Estação de Trem para o centro de Kobe |
Na sexta-feira, mais uma ida à Universidade para o teste de nivelamento. Este foi um dia de romper barreiras. Até então, todos, ou quase todos, os meus afazeres foram realizados com o acompanhamento de alguém. Dessa vez, saí sozinha da Universidade, almocei sozinha em uma lancheria, fiz comprar no supermercado e voltei para casa de metrô. À tarde, fui à loja de eletrônicos e comprei um celular. Foi uma grande conquista!
E finalmente chegamos ao dia de hoje. Como disse hoje é sábado, um dia de chuva. Dormi um pouco mais. Tem sido comum o cansaço chegar mais cedo, devido à mudança de fuso horário. Com o tempo ruim, esperei um pouco mais para sair de casa. Mas a vontade de passear foi mais forte que o clima. Saí de casa e comprei um guarda-chuva, que custou
¥50, ou seja, em torno de R$1,00. Comprei minha máquina fotográfica. Passeei pelo porto e fui ao Museu de Arte da Prefeitura de Hyogo, onde vi uma exposição dos desenhos originais de Kunio Okawara. Ele trabalha com a parte "robótica" dos animes japoneses, e trabalhou em obras bastante conhecidas como Astro Boy, Gatchaman e a série Gundam. Os desenhos dele são impressionantes e possuem um conhecimento de engenharia bastante aprofundado. A chuva me mandou de volta para casa, após comprar meu jantar.
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Vista para o porto a algumas quadras da minha casa |
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Museu de Arte da Prefeitura de Hyogo |
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Museu de Arte da Prefeitura de Hyogo |
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Exposição de Kunio Okawara |
E esta foi a minha primeira semana de aventura. Uma "regra não-falada" que existe para viagens internacionais é manter sempre os olhos bem abertos. É assim que aprendemos sobre os comportamentos de culturas diferentes das nossas. Aos poucos vou contando um pouco sobre o que os meus olhos vêem por aqui. Aguardem!
EEEE, tá na hora de atualizar :P
ResponderExcluirSim... estou tentando fazer isso faz um tempão!!!
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