segunda-feira, 1 de abril de 2013

Embarcando

Se Kobe é o meu destino, nada mais lógico que descobrir um pouquinho sobre a minha nova cidade de residência. Logo que recebi a notícia, passei a pesquisar mais sobre esse lugar e descobri algumas coisinhas bem interessantes:

ONDE FICA KOBE?
Para o pessoal entender onde vou ficar... Kobe fica a:
30 km de Osaka
63 km de Kyoto
432 km de Tokyo
580 km de Fukushima (bem longe! hehe)



COMO CHEGAR EM KOBE?
Pois então... Kobe possui um dos 4 aeroportos construídos sobre Ilhas artificiais do Japão. O aeroporto foi inaugurado em 2006, com o objetivo de desafogar o aeroporto de Osaka, que estava recebendo uma demanda bem maior que a sua capacidade. Fica a 8 km da cidade e é conectado por uma linha de trem até a estação Sannomiya, que fica no centro de Kobe. Essa viagem leva em torno de 16 minutos. O aeroporto de Kobe também é ligado ao aeroporto de Osaka por uma balsa, cujo deslocamento tem duração de 29 minutos.
Porém, vôos internacionais chegam pelo Aeroporto Internacional de Kansai.

Aeroporto de Kobe
A IMIGRAÇÃO JAPONESA no Brasil tem como marco inicial a chegada do navio Kasato Maru, no Porto de Santos, no dia 18 de junho de 1908, que saiu do porto de Kobe. A embarcação trouxe, numa viagem de 52 dias, os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido entre Brasil e Japão.
 

Kobe foi aceita pela Rede de CIDADES CRIATIVAS da UNESCO como uma Cidade do Design em 16 de outubro de 2008. Para marcar a ocasião, este dia ficou marcado como Dia do Design de Kobe, quando ocorrem eventos para oferecer aos cidadãos a oportunidade de experienciar uma grande variedade de "designs".

Porto de Kobe
Todos os anos, no mês de dezembro ocorre o festival KOBE LUMINAIRE. No meio da cidade de Kobe são posicionadas milhares de lâmpadas pintadas a mão, doadas pelo governo italiano, criando uma mini-cidade de luzes em homenagem ao grande terremoto de 1995.

Kobe Luminaire
Em janeiro de 1995, Kobe sofreu com um grande TERREMOTO de magnitude 6.8. Após esta catástrofe, o Japão aumentou o investimento em estruturas resistentes a terremotos. Diversas medidas foram tomadas para diminuir os danos causados por futuros terremotos, como espaçamento maior entre edifícios, criação de rotas de escape e construção de abrigos em parques públicos.



Mais de 1.2 milhões de voluntários trabalharam nos três meses seguintes em apoio às famílias em necessidade. Dizem que até mesmo os yakuza (máfia japonesa) envolveram-se na distribuição de alimentos e materiais para as vítimas. Foi um momento de mudança de comportamento no voluntariado, transformando o dia 17 de janeiro no Dia Nacional do Voluntariado e de Prevenção ao Desastre.
(Mas fiquem tranquilos! Não consegui achar nenhum registro de outros terremotos na região de Kobe depois desse de 1995...)

Enquanto eu fazia as minhas pesquisas, as organizações da viagem foram seguindo seu rumo. Em janeiro assinei o "contrato" firmando a bolsa de estudos. Em fevereiro, comprei as malas para a viagem... lindas e Cor-de-rosa para serem bem fáceis de indentificar na esteira. Em março fiquei sabendo o meu local de residência inicial: uma casa internacional de estudantes chamada Hyogo International House. A própria Universidade fez a reserva de um quarto individual para mim.

Hyogo International Student House
Em torno de duas semanas antes do embarque recebi a definição do itinerário aéreo, com datas e locais. Embarco hoje, dia 1º de abril, à tarde. Chego lá amanhã de tardezinho, mas no Japão já será quarta-feira pela manhã. Fiz a minha maravilhosa festa de despedida... onde recebi muitas e muitas demonstrações de carinho e afeto. E então comecei a fazer a mala. Ah... fazer a mala. É a mala mais difícil que já fiz na vida. O que levar? O que se usa lá? Como é o verão? Como é o inverno? Acharei roupas do meu tamanho? Muitos questionamentos sobre isso... mas a mala está fechada e pronta. 

E agora, resta apenas uma coisa a fazer. Embarcar. Em algumas horas estarei me direcionando ao Aeroporto Internacional Salgado Filho. Vou despachar minhas malas (e torcer para que não ultrapassem o peso), almoçar e entrar no avião, sabendo que não voltarei tão cedo... que não é uma viagem de duas semanas ou de um mês. O nervosismo, é claro, reside em mim já faz algumas semanas. O frio da barriga também. Não por medo de não dar certo ou de ter algum problema, pois estou altamente confiante que está tudo muito bem planejado, mas porque é um momento de uma grande mudança. E mudanças fazem isso com as pessoas... dão frio na barriga, dão ansiedade e esses sentimentos só passam quando a transformação está completa. Então vamos lá... Vamos embarcar nessa aventura! Em breve trago informações diretas da terra do sol nascente!

Mosaic, no porto de Kobe
Eu agradeço imensamente o carinho que todos tem me mostrado nesses últimos dias. Me sinto uma pessoa de muita sorte, com relacionamentos muito sinceros e profundos. Vocês estão me dando força para encarar o desconhecido. A isso, eu sempre darei valor e serei eternamente grata! Muito obrigada.

Um comentário:

  1. Só posso dizer uma coisa: VOU MORRER DE SAUDADES TUAS!!!!! Mas torço muuuuito por ti e pelo teu sucesso!!! Boa viagem, amiga!!!

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