No meu dia livre, decidi ir visitar minha querida amiga Nani, em Berna, na Suíça. Ela conquistou uma bolsa de estudos para seu doutorado e vai ficar alguns aninhos por lá. O primeiro passo foi pegar o trem. O que não foi tão simples quanto eu esperava.
Pegamos o ônibus as 5h45 do hotel para o metro, de onde fomos até a estação de trem. Lá, cada grupo tinha um horário, pois o destino não era o mesmo. O meu, casualmente, era o ultimo trem a sair, com diferença de minutos, mas ainda assim o ultimo. A plataforma da qual o trem sairia somente apareceu no painel após todos já terem embarcado. Dizia plataforma número 3. Porém só conseguia enxergar as plataforma 4 a 19. Como sempre, não via ninguém para me informar qualquer coisa. Fui até a banca de revistas ali perto e perguntei onde ficava a plataforma 3. O rapaz me disse que devia apenas seguir reto por trás da banca que chegaria lá. Fiz o caminho que ele me orientou apenas para chegar nas plataformas 20 a 23. Sabem como os italianos são simpáticos, não? Mas pelo menos serviu para que eu entendesse que algumas plataformas ficavam deslocadas para trás das outras. Fui ao outro lado e encontrei a tal da plataforma 3.
As informações da plataforma continham o número do meu trem, o horário correto, mas o destino diferente, que constava Bassel. Cheguei a conclusão de que Bern era apenas uma parada na linha que ia até Bassel, mas poderia confirmar isso na entrada do trem. Encontrei meu vagão e entrei, mas não havia ninguém que trabalhasse para me informar. O vagão estava vazio, com exceção de 4 pessoas que estavam, é claro, sentados no meu lugar. Sentei no banco a frente e avisei-os que se fosse necessário, retornaria ao meu lugar.
O trem disponibilizava várias telas com informações como um mapa com a rota e a sequência de paradas. O problema é que Bern não aparecia em nenhum deles. Mas pensei “não tem problema… antes de o trem sair, alguém vai conferir as passagens e eu vou saber se estou no lugar certo”. E então o trem começou a andar. Aí bateu o nervosismo. Alguns minutos depois, uma das atendentes do trem passou para marcar as passagens. Ela olhou minha passagem e meu passaporte, marcou e seguiu caminho. É... eu devia estar no lugar certo.
“Talvez a parada de Bern tenha outro nome”, eu pensei. Precisava perguntar para alguém, mas é claro que ninguém aparecia. Para melhorar a situação eu estava com muita fome, pois não tinha café da manhã no hotel na hora que saímos e com muito sono, pois não tinha dormido o suficiente. É claro que eu não podia dormir, pois corria o risco de perder a parada. Finalmente, quando nos aproximávamos da fronteira da Itália com a Suíça, finalmente Bern apareceu nas telas e eu pude me tranqüilizar.
Encontrei a Nani na estação e fomos ao supermercado da estação (porque era a única coisa que estava aberta num domingo) para comprar os chocolates de páscoa... Fomos para a casa dela largar as coisas para começar nossa caminhada pela cidade.
Bern é uma cidade muito bonita, pequena e tranqüila. O dia estava lindo, sem uma nuvem no céu. Caminhamos pelas ruas da cidade, passamos pelo Parlamento, pelas Águas Dançantes, e muitos outros lugares.
É claro que tínhamos que encontrar escoteiros por lá. Passamos um grupo de 3 chefes de países diferentes que preparavam uma atividade pela cidade para os jovens.
Pausa para fotografar o passarinho dentro do logo do Migros na rua...
Caminhamos mais um pouquinho e chegamos no famoso Zytglogge, também conhecido por relógio do tempo. O relógio não marca apenas horas e minutos, mas também dias, dias da semana, meses, anos, zodíaco, fases da lua, entre outros.
Caminhamos mais um pouco e passamos pela Catedral de Berna, que aparentemente está eternamente em reforma. A catedral é muito bonita com vitrais mais bonitos ainda.
A próxima parada foi o Bärenpark, ou Parque dos Ursos. Na primeira passada por lá, eles estavam dormindo. Mas a vista de lá era muito legal.
De lá, subimos até o parque das Rosas, de onde tínhamos uma bela vista da cidade e do rio.
O Parque não estava todo florido ainda, mas era possível enxergar os locais onde as flores desabrocharão. Com certeza ficará muito bonito nesse momento. Caminhamos um pouco pelo parque, sentamos na sombrinha e observamos o movimento. Num dia de domingo como esse, era de se esperar que o parque estivesse cheio como estava... aliás, devia ter ainda mais gente.
Na volta, passamos pelo Bärenpark mais uma vez, e vimos que os ursos estavam acordados. O primeiro que vimos foi o papai urso. Ele fica num espaço separado da mamãe urso e dos filhotes.
Quando passamos para a área da mamãe ursa e das filhotes, ficamos encantadas. As duas, Berna e Ursina, brincavam, corriam e nadavam no rio. Foi uma cena hipnotizante e difícil de tirar os olhos.
Mais uma última caminhadinha antes de passar na casa da Nani para pegar as coisas e voltar para Milão. Chegamos a outra parte da cidade, na beira do rio. Aproveitamos para dar uma descansadinha, tirar os sapatos e apreciar a vista.
Infelizmente chegou a hora de pegar o trem de volta...
E aqui vão mais algumas fotos do passeio...