quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Rumo a KOBE

Esse ano começa a maior viagem da minha vida...

Tudo começou com uma idéia a dois anos atrás, quando cursava faculdade de design. Foi a união de dois sonhos: fazer um mestrado no exterior e conhecer efetivamente a cultura japonesa. Estudando um pouco sobre o design japonês resolvi juntar o útil ao agradável: Fazer mestrado no Japão. E por que não? Entrei em contato com o Escritório Consular Japonês de Porto Alegre e descobri uma bolsa de estudos do governo japonês (Monbukagakusho: MEXT). Resolvi tentar.

A primeira tentativa foi em 2011 para cursar em 2012. Passei na entrega dos documentos, passei na prova de línguas, fui até a entrevista. Mas infelizmente não fui selecionada. Havia candidatos mais preparados e apenas duas vagas. Mas eu sou brasileira... e não desisto nunca! Hehe. Decidi tentar mais uma vez. Me candidatei novamente em 2012 para cursar em 2013. Mais uma vez, passei na entrega de documentos, na prova e cheguei na entrevista... desta vez mais nervosa do que na primeira vez. Pensei: "Duvido que eu tenha conseguido!", mas fiquei aguardando o resultado de qualquer forma.

Foi no dia 10 de julho de 2012, quando a recebi a notícia. Eu estava na 25 de março, em São Paulo, com minha amiga quando meu celular tocou. Atendi. Era o pessoal do Escritório Consular me perguntado se eu ainda estava interessada na bolsa, pois eu havia sido selecionada. Nesse ano eles conseguiram mais uma bolsa, por isso havia demorado o retorno, mas eu estava entre os dois primeiros selecionados. Não preciso dizer que a coitada da minha amiga teve que me carregar pela 25 de março até o nosso hostel, porque eu estava em choque total.

Depois de 189 curtidas e 99 comentários no facebook, a notícia se espalhou e começou a gincana da busca e correção de documentos: atestados de saúde, exames médicos, fotos 3,5cm X4,5cm... Mas nada muito difícil. O próximo passo foi entrar em contato com as Universidades. Esse foi o primeiro momento de medo de perder a bolsa. Eu precisava ser aceita em alguma Universidade de lá. E isso dependia totalmente de mim. Muito bem. Entrei em contato com três: Kyoto Institue of Technology, que oferecia o curso em inglês, e por isso se tornou a minha primeira opção; Kobe Design University, cujo curso é em japonês, mas oferece algum auxílio ao aluno estrangeiro, e é muito bem localizada para o meu projeto; e Musashino Art University, em Tokyo, na qual um dos professores é nada mais nada menos que Naoto Fukasawa, um designer conhecido internacionalmente (e que eu estudei na faculdade). A Musashino Art University era uma tentatia a longa distância de qualquer forma, pois é muito difícil entrar nas Universidade de Tokyo, e esta não oferecia nenhum tipo de auxílio aos estrangeiros. Infelizmente Tokyo não me aceitou. Mas tanto Kobe quanto Kyoto me aceitaram. O alívio real foi quando chegaram as cartas oficiais de aceite, com carimbo e tudo.


O segundo momento de medo foi quando precisava encaminhar as cartas de aceite para o Consulado, para que eles aprovassem. A primeira a me aceitar foi a Universidade de Kobe. Assim que chegaram os documentos, estes foram entregues. Mas o meu objetivo era Kyoto. E a carta não chegava. E eu comecei a ficar nervosa. E o pessoal do Consulado me ligando perguntando da carta, que já havia sido enviada! Descobri que foi postada com o CEP errado. A carta foi parar em Bagé e estava voltando para o Japão. No momento que descobri, entrei em contato com a Universidade, que prontamente me enviou outra. Mas as minhas chances para Kyoto diminuíram significativamente, pois já estava bem além do prazo de costume. Isso foi no final de novembro de 2012. Agora, tudo o que eu podia fazer era aguardar e torcer. A previsão de resposta, apenas no final de janeiro. E ainda corria-se o risco de talvez ser recusada (nunca aconteceu, mas tudo tem uma primeira vez...).

Foi nesta semana que chegou o resultado. Como o previsto... não rolou Kyoto. O meu destino: KOBE. Ao invés de conhecer os milhares de templos de Kyoto e viver em uma cidade preservada como patrimônio cultural, vou morar dois anos em uma das maiores cidades portuárias do Japão, escolhida pela UNESCO para participar da rede de cidades criativas como "Cidade do Design". Acho que foi uma troca justa...

A primeira semana de abril já está chegando... vamos lá...


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