Pavilhão Dourado (Kinkakuji), Kyoto, 2015 |
As estações no Japão também são muito bem demarcadas, com primaveras verdes e floridas e outonos de folhagens amareladas e avermelhadas. Para o inverno, temos árvores sem folhagens e um eventual acúmulo de neve pela parte central do país. O inverno também significa noites mais longas. Pelas 17h30, o exterior já está escuro e o amanhecer acontece apenas perto das 7h. Se somarmos longas noites de inverno com as celebrações de final de ano, o resultado que temos é: iluminações. Nesta época, acontecem diversos eventos de iluminação pelo Japão inteiro.
Neste inverno, eu visitei alguns. Começando com o Luminarie, na cidade onde moro: Kobe. Este festival vem acontecendo anualmente no mês de dezembro, de 1995, em homenagem às vítimas do Grande Terremoto. A instalação é composta por cerca de 200 mil lâmpadas pintadas a mão doadas pelo governo italiano. Para manter o evento sustentável, é utilizada a energia de biomassa (gerada por decomposição de materiais orgânicos). O evento dura duas semanas e atrai mais de 4 milhões de pessoas todos os anos. Nas proximidades, diversas bancas de comidas são montadas no estilo festival japonês. O layout das luzes é diferente cada ano. Para chegar até as luzes, uma longa fila é demarcada pelas ruas de acesso bloqueado a veículos. Mas mesmo com a multidão, vale a pena a visita. Este ano, algumas partes formavam flores de lis, o que apenas tornou o momento mais especial para mim.
Kobe Luminarie, 2014 |
Floresta de Bambus durante o Hanatouro, Arashiyama, 2014 |
Ponte Togetsukyo, Arashiyama, 2014 |
Em Osaka, os eventos de final de ano são inúmeros. Um deles, também com curta duração foi a instalação do Pato de Borracha... sim Pato de Borracha. Instalada pela primeira vez em 2009, a escultura de Florentijn Hofman mede 10m de altura e é acompanhada por um pequeno show de água e luzes.
Escultura do Pato de Borracha, Osaka, 2014 |
Mas a grande atração de Osaka é a projeção em 3D nas paredes do Castelo de Osaka. A entrada no parque não é nem perto de barata. Eles dão um leve desconto para estrangeiros (cerca de 100 yens). Nas proximidades do castelo, várias decorações estão espalhadas, incluindo um túnel de luzes. A projeção no castelo dura pelo menos uns quinze minutos. Com uma música acompanhando as imagens o Castelo passa de cenas de samurais, para padrões alternativos, para transformações do próprio castelo, terminando com uma cachoeira que dá vida a uma fênix e a um dragão dourado. É um show que vale a pena. Ao lado do Castelo, também há um show de música e luzes que vai de música clássica a rock moderno. No fim das contas, vale o valor do ingresso.
3D Mapping no Castelo de Osaka, 2014 |
Estes foram eventos aqui nas redondezas, mas o Japão inteiro organiza diversos. Porém, não posso falar de final de ano sem falar das festividades natalinas e de Ano Novo, que é claro, são completamente diferentes do que estamos acostumados. O Japão não é um país cristão. As principais religiões do Japão são o Budismo e o Xintoísmo. E em nenhuma delas o feriado de Natal é celebrado. Entretanto, o mundo inteiro conhece a figura do Papai Noel e o dia de Natal. Os japoneses acabaram por adaptar para a cultura deles. O nosso feriado familiar, para eles, é algo como o Dia dos Namorados. É o dia de sair com namorado, marido, noivo, etc. É um dia romântico e um dia lúdico ao mesmo tempo, pois muitos japoneses escolhem vestir fantasias de Papai Noel, Mamãe Noel ou até de rena e Árvore de Natal, em homenagem ao feriado.
O Ano Novo também é diferente mas por outros motivos. A tradição japonesa de Ano Novo consiste em ir ao templo, fazer seus pedidos e preces, tirar a sorte do Ano Novo. Os templos também ficam repletos de bancas de comidas e jogos. O Ano Novo torna-se um festival, que duram por uns três dias. Alguns vão com roupas normais, outros se vestem em kimonos e participam de forma mais tradicional. Na noite de Ano Novo, os grandes templos costumam ser bem lotados.
Ikuta Jinja no Ano Novo, Kobe, 2014 |
Mas o inverno ainda não acabou. E a previsão é que fique cada vez mais frio. Lá vamos nós...